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Marcos Apolo Muniz: O Homem da Cultura

Entrevista com o Secretário de Estado de Cultura e Economia Criativa para o Portal GNC+

29/05/2023 às 14h23 Atualizada em 29/05/2023 às 15h33
Por: Herivan Pontes Fonte: Redação
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Foto/reprodução
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Por Herivan Pontes - CEO do Portal GNC+

Marcos Apolo, atual Secretário de Estado de Cultura e Economia Criativa, está à frente da Pasta desde 2019 quando o então Governador do Estado Wilson Lima o nomeou para comandar umas das secretarias mais importantes do Estado do Amazonas.

Desde criança Apolo respira cultura. Artista nato começou sua carreira aos 10 anos de idade, como ator. Hoje, o secretário tem formação acadêmica em arquitetura e urbanismo pela Uninorte e pós-graduação em gestão e produção de eventos pela Universidade Federal do Amazonas.

Sua formação não para por aí. Com um currículo extenso na área artística, Ele é produtor, diretor e cenógrafo. Em uma conversa descontraída com o Portal GNC+, o Amazonense, natural de Manaus, falou sobre sua carreira e os desafios à frente da SEC, durante o período que esteve e pretende estar comandando a pasta.

 

 
 
 
 
 
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Confira a entrevista na íntegra.

 

QUEM É MARCOS APOLO?

“Eu me considero uma pessoa muito empenhada, dedicada, na missão que eu recebi do governador Wilson Lima, de estabelecer as novas políticas públicas de cultura no Estado. Desde que assumi o comando da pasta trabalhamos na questão de dar oportunidade, acima de tudo, aos trabalhadores e trabalhadoras da cultura, justamente por ser empreendedor, por ter desde muito jovem que correr atrás daquilo que eu acreditava como verdade e compreendia como necessário para o meu fazer artístico. Então isso me deu esse conhecimento e essa vontade de fazer mais. Considero-me uma pessoa de diálogo, gosto muito de ouvir e procuro estar sempre atento ao que há de novo no mercado cultural. Isso que a gente vem implementando na Secretaria. Revitalizando, tornando uma Secretaria dinâmica, moderna, sempre dialogando com a tecnologia e de portas abertas a todos aqueles que querem conversar conosco. Sou artista, acho que nasci artista, começando minha carreira como ator em 83, com 10 anos. Depois virei técnico produtor, mas eu tenho uma formação acadêmica em Arquitetura e Urbanismo e uma pós-graduação em Gestão e Produção de Eventos, meu DRT, que é meu registro profissional, é de ator, produtor e diretor de produção, mas sou cenógrafo também. Me viro bem (rsrsrs). Amazonense, de Manaus da capital, minha mãe é de Lábrea e meu pai do interior do Ceará.”

 

QUAIS OS DESAFIOS ENCONTRADOS NA SECRETARIA NO INÍCIO DE SUA GESTÃO? QUAIS MUDANÇAS JÁ FORAM FEITAS? ESTÁ DANDO RESULTADO?

“Bem, eu conheço bem a Secretaria porque estive aqui entre 98 e 2012. Então, eu conheço bem a estrutura e os colaboradores, isso já facilitou bastante. Nunca havia assumido um cargo como este que eu estou agora. Logo no início teve o desafio de entender como funcionava esse universo, mas por sorte, o Govenador Wilson Lima, soube nos dá os devidos encaminhamentos e orientações para que todos nós seguíssemos, a partir da proposta do governo, acima de tudo, para que nessa gestão do governo pudéssemos estabelecer uma política pública de cultura do Estado. Eu não tenho dúvidas de que a minha maior dificuldade foi enfrentar a pandemia. E ai, nessa ocasião, percebemos que tínhamos uma Secretaria analógica, uma Secretaria que trabalhava totalmente de forma física, não utilizava as tecnologias, não tinha um cadastro de artistas para que a gente pudesse implementar as iniciativas necessárias. A partir desse diagnóstico começamos a mudar a estrutura da Secretaria. Começamos a fazer muitos eventos, isso era uma referência dentro da SEC. Temos aqui os principais espaços culturais do Estado. São 25 prédios e 57 equipamentos culturais. Primeiramente, partimos para tirar a Secretaria do universo analógico e migrar para o digital. Criamos e modificamos as páginas oficiais de internet o que tornou a Secretaria mais visível ao público. Só para você ter uma ideia saímos de 13 mil seguidores para, nesse momento de nossa entrevista, 79 mil seguidores ou algo bem próximo disso. Mostramos como nós conseguimos dialogar bem com esse público e começamos a produzir muito conteúdo digital e modernizamos os nossos sites. Como exemplo tem o site do Teatro Amazonas, visto em 360 graus que permite inclusive utilizar aquela tecnologia aumentada. O teatro já esteve recentemente exposto naquela nova tecnologia, o ‘metaverso’. Inclusive os Liceus de Artes e Ofícios Cláudio Santoro só funcionavam de forma física, aqui na capital e em Parintins. Levamos um Liceu físico para Envira e lançamos 20 salas de cultura, onde a gente entrega um kit de instrumentos musicais, projetor, sistema de som, uma pequena biblioteca e equipamentos para fazer outras atividades culturais. Lançamos também o Liceu digital com aulas gravadas expandindo isso para todos os lugares. Durante a pandemia, mesmo com nossa cultura sem sair de casa, fomos assistidos em vários lugares do mundo. Então isso, nos permitiu entender que nós migramos para a área digital e, aí, depois entender a questão das políticas públicas de cultura. O fato de não termos sistema estadual de cultura, conselho desativado, o fundo estadual de cultura por regulamentar, nos impedia de fazer muitas coisas, inclusive, captar recursos. Então, o que nós começamos a fazer: estamos implementando o sistema estadual de cultura, estamos falando de políticas públicas de cultura, políticas de Estado. Colocamos o Conselho Estadual de Cultura em pleno funcionamento, num diálogo da sociedade civil com o poder público. Ativamos o nosso Conselho de Património Histórico, que inclusive, fez uma intervenção, na situação do Rio Negro Clube, na ocasião. Já estamos com o nosso Fundo Estadual de Cultura regulamentado que será a via por onde vamos receber recursos da Lei Paulo Gustavo, e estamos trabalhando na Lei Estadual de Incentivo à Cultura. Para onde vamos? É justamente, a partir da implementação dessas políticas públicas que vamos ter um novo cenário na cultura amazonense que permita proporcionar ao setor cultural um diálogo mais direto com o próprio secretário, de fazer o pedido direto ao secretário e, com as ferramentas que aí estiverem os artistas vão poder empreender efetivamente no setor cultural. São muitas coisas, evidentemente, não há procedimento perfeito ou nenhum que não possa ser melhorado, mas eu não tenho dúvidas, que você, fazer isso com diálogo, construir junto com a sociedade caminharemos para o mais próximo possível na direção daquilo que a sociedade espera.”

QUAIS OS PROJETOS DE INCENTIVO À CULTURA A SECRETARIA TEM PARA OS ARTISTAS LOCAIS?

“Começa pela eficiência na execução da Lei Paulo Gustavo, assim como fizemos na Lei Aldir Blanc, isso já é importante. A implementação dos editais que já fizemos mesmo durante a pandemia onde colocamos à disposição do meio artístico o maior conjunto de editais da história desta Secretaria e o maior valor investido. O diálogo com o interior do Estado onde pudemos chegar aos 62 municípios nos proporcionou construir políticas públicas que puderam valorizar e potencializar realmente a cultura do interior, e recebemos até hoje, demandas, diariamente, do interior. A gente não fala em interiorização da cultura, mas, da potencialização da cultura do interior. O acesso à cultura como direito básico estabelecido na constituição brasileira fica garantido com essas ações da Secretaria, e isso, o governo Wilson Lima vem fazendo, a partir do momento que todos os projetos que nós fazemos levamos para as escolas públicas, para as comunidades, inclusive, para o interior do Estado vencendo as barreiras da realidade amazônica, relacionadas à logística. Tudo isso, eu falo aqui de forma genérica, porque a gente executa isso através de vários projetos. Projetos mais pontuais como: expedição cultural, festival de cultura urbana, mostra de cultura popular, festival de Parintins, festival folclórico do Amazonas, festival das cirandas de Manacapuru, o nosso carnaval que tem um potencial extraordinário, o nosso evento de natal onde a gente antes fazia um dia de evento, no dia 25 de dezembro e agora faz um evento que lota o Largo de São Sebastião durante 40 dias, inclusive, trazendo o público de volta para o centro da cidade que estava meio afastado, vai na linha da política pública do Estado que gera oportunidade, emprego e faz girar a economia cultural.”

 
 
 
 
 
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COMO ESTÃO OS PREPARATIVOS PARA O FESTIVAL DE PARINTINS?

“Esse evento é um caso à parte. É um festival que nós trabalhamos durante o ano todo. Ele tem uma característica um pouco diferente dos outros festivais, porque já tem uma estrutura de captação de apoio e patrocínio além do fato de ser a principal atividade econômica do município de Parintins e de seu entorno. É uma das principais representatividades culturais do Estado, então estamos falando de um evento que recebeu ano passado 112 mil turistas, movimentando um recurso que dobrou o recebido pelo município só no período do festival. O festival folclórico de Parintins agrega muitos valores, uma vez que, o festival, atrai muita gente de fora para conhecer o Amazonas e para conhecer o espetáculo no meio da floresta amazônica gerando muitos empregos durante os meses em que você está produzindo o evento, na realização do evento em si e no pós-festival quando a economia é aquecida a partir do momento que as pessoas monetizaram através do festival e quando as pessoas passam a ter a oportunidade, a possibilidade de adquirir bens e serviços. Então, realmente, é um evento importante para o Estado. Evidentemente é diferenciado também porque ele consegue agregar captação de recursos. Nós exportamos arte de ponta. É importante ressaltar que a maior parte do valor investido vem da iniciativa privada, o Estado faz a sua parte como faz em todos os eventos, e esse valor tem um retorno garantido para o município. Apesar de eu ter tido reclamações de que os ingressos já se esgotaram, e isso é em decorrência do sucesso do festival, vale a pena lembrar que mais da metade do bumbódromo é oferecido de forma gratuita através das galeras. Você ainda vai pra lá e vive essa emoção de estar em uma das galeras e ainda pode contribuir com o seu boi para quem sabe ser premiado como a melhor galera do festival.”

- Em relação aos preços exagerados que são cobrados dentro do bumbódromo, a Secretaria já pensou em uma forma de reduzi-los? Como está o acordo feito pelos presidentes dos bumbás, a Câmara Municipal de Parintins e os organizadores do evento em relação à liberação da entrada de comida e bebida pela galera? Isso vai acontecer mesmo?

“Sobre a questão dos preços, tanto dos alimentos e bebidas bem como dos ingressos, isso é um gerenciamento direto dos bois com a empresa que tem a concessão para explorar esse serviço. O Estado não monetiza em nada dentro do bumbódromo. Isso já foi percebido, os bois estão atentos e nós da Secretaria acompanhamos esse debate na Câmara de Parintins. Existe, inclusive, uma Lei feita pela Assembleia Legislativa do Estado em relação a esse tema. Nós precisamos entender como ela funciona na prática porque isso não pode prejudicar a segurança alimentar da população que vai para a galera. Nem todo tipo de alimento e embalagem podem entrar. Isso é um critério técnico de segurança alimentar que preserva a saúde tanto de quem leva, como de quem não leva seu alimento. Assim, apesar de nós sabermos que Parintins é uma cidade pacífica e que o festival é ordeiro, que não há indícios de nenhum tipo de incidente, a Secretaria de Segurança Pública precisa adotar medidas sanitárias que garantam o bem-estar da população dentro do bumbódromo. Então, a gente vai ter que entender todo esse cenário para que seja efetivamente aplicada a Lei, garantindo que as pessoas não sejam prejudicadas e para que os bois também não sejam. Você entende que são muitos empregos gerados nessa questão do comércio lá dentro. Na hora que você impede que o comércio aconteça ou que ele fique inviabilizado, muita gente acaba deixando de trabalhar. É evidente que precisam ser aplicados valores que são considerados adequados e isso é uma questão que os bois, juntamente, com as empresas que têm essa concessão estão estudando para que seja feito da melhor maneira possível.”

TEM INTERESSE NA POLÍTICA COMO CANDIDATO?

“Não. De forma alguma tenho interesse na política. Não tenho partido. Eu sou muito operacional. Sou o cara da missão mesmo. O governador Wilson Lima, na ultima eleição, me deu a missão de atuar no município de Parintins. Estive lá no período da eleição. Fizemos o nosso melhor com a orientação do nosso Governador, mas não há nenhum planejamento de ir para o legislativo. Eu gosto do trabalho na cultura, independente, de estar neste cargo ou não. Mas estarei sempre pronto para cumprir a missão que o Governador me der.”

- Ou seja, se ele pedir para vir candidato quem sabe!?. “Não creio, mas vou ouvi-lo acima de tudo.” (rsrsrs)

COMO É LIDAR COMO UMA CADEIA PRODUTIVA TÃO GRANDE DE ARTE & CULTURA SEM QUE HAJA PRIVILÉGIOS?

“Essa questão de não haver privilégios meus amigos mais próximos sabem que aqui a gente procura fazer um trabalho respeitoso e técnico acima de tudo. Eu compreendo que isso é possível com o avanço dessas políticas públicas de cultura. Nós temos um plano estadual de cultura que vai nortear as políticas públicas de cultura. Nós vamos trabalhar realmente com os editais que são uma forma isenta de fazer uma análise técnica, uma curadoria. A forma como nós disponibilizamos nossos espaços para que sejam ocupados pelos profissionais de cultura e dessa forma cobrarem seus ingressos os ajudam a monetizar seus espetáculos. Eu compreendo que esse é o formato de eu realmente trabalhar, com políticas públicas que permitam isonomia e democratização do acesso aos recursos. E como eu falei, as pessoas que me conhecem sabem que eu procuro trabalhar de forma correta. Até porque compreendo o tamanho da seriedade em trabalhar com dinheiro público. Isso é uma orientação do Governador Wilson Lima, a necessidade de trabalhar de forma muita séria o uso do recurso público e entendermos o quanto fizermos, é importante para que a sociedade compreenda a importância da cultura e a seriedade do trabalho que nós estamos fazendo.”

 

Papo reto          

Um medo: não concluir tudo que eu preciso concluir até o final da minha gestão

Felicidade é: família

Arrependimento: não ter mais tempo para a família

Maior vaidade: perfeccionismo

Um defeito: perfeccionismo

Um sonho: ver o meu Estado tendo uma cultura fortalecida economicamente

Futebol: Corinthians

Comida: macarrão com picadinho

Superstição: Não tenho. Tenho alguns toques

Família é: tudo, minha base

Inspiração: meus filhos. Eu quero inspirá-los. Então eles me inspiram

Caprichoso ou Garantido: "Não posso.(rsrsrs) Tenho um respeito e carinho pelos dois. Quem é mais próximo de mim sabe por quem eu tenho um sentimento maior. Na posição que ocupo trabalho de forma centrada e equilibrada para que ambos tenham as mesmas oportunidades e os dois presidentes são testemunhas disso. Isso é natural de quem está nesse cargo e até mesmo outros gestores, como o Governador, outros Secretários de Estado, estão sempre torcendo para fazerem o melhor possível e evidentemente que ganhe aquele que apresentar o melhor espetáculo na arena.  No momento Sou Garanchoso."

 

 
 
 
 
 
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O Portal de Notícias GNC+ Comunicação & Streaming agradeçe ao Secretário Marcos Apolo pela simpatia e cordialidade para com o comunicador Herivan Pontes que comnduziu a entrevista.

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